25 nov 2013
por sociologado
em América Latina, África, Brasil, economia, Europa, movimentos sociais, notícias, Questões UEL, sociologia
Tags:afirmativa, argumentos, brasil, cotas, cultura, democracia, desigualdade, direitos, diversidade, etnia, etnocentrismo, fernandes, florestan, freyre, gilberto, igualdade, miscigenação, negro, política, preconceito, racial, relação, relações, sociologia, UFRJ, universidades, usp, vagas
3 – No debate sobre as cotas para o ingresso dos negros nas universidades públicas, reapareceram, de forma recorrente, argumentos favoráveis e contrários à adoção dessa política afirmativa. Os trechos reproduzidos a seguir constituem exemplos desses argumentos.
Em um país onde a maioria do povo se vê misturada, como combater as desigualdades com base em uma interpretação do Brasil dividido em “negros” e “brancos”? Depois de divididos, poderão então lutar entre si por cotas, não pelos direitos universais, mas por migalhas que sobraram do banquete que continuará sendo servido à elite. Assim sendo, o foco na renda parece atender mais à questão racial e não introduzir injustiça horizontal, ou seja, tratamento diferenciado de iguais.
(Adaptado de: Yvonne Maggie (Antropóloga da UFRJ).
O Estado de São Paulo. 7 mar. 2010. Este artigo de Yvonne Maggie serviu de base para o seu pronunciamento lido por George Zarur na audiência pública sobre ações afirmativas convocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2010.)
Desde 1996 me posicionei a favor de ações afirmativas para negros na sociedade brasileira. Vieram as cotas e as apoiei, como continuo fazendo, porque acho que vão na direção certa – incluir socialmente os setores menos competitivos – embora saiba que o problema é muito maior e mais amplo. Tenho apoiado todas as medidas que diminuam a pobreza ou favoreçam a mobilidade social e todas as que combatam diretamente as discriminações raciais e a propagação dos preconceitos raciais. Em curto prazo, funcionam as políticas de ação afirmativa; em longo prazo, funcionam políticas que efetivamente universalizem o acesso a bens e serviços.
(Antônio Sérgio Guimarães (Sociólogo da USP)
Entrevista concedida à Ação Educativa . Disponível em: <http://www.acaoeducativa.org.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=633>. Acesso em: 30 jun. 2011.)
A divergência dessas duas posições reproduz, atualmente, o antagonismo existente no debate sobre a questão racial na sociologia brasileira, exemplificado pela oposição entre os pensamentos de Gilberto Freyre e Florestan Fernandes.Identifique e explique, nos trechos reproduzidos, os argumentos favoráveis e desfavoráveis à política de cotas para negros em universidades, comparando-os com as visões teóricas de Gilberto Freyre e Florestan Fernandes.
QUESTÃO 3 – EXPECTATIVA DE RESPOSTA
Conteúdo: Sociologia no Brasil. As várias formas de desigualdades sociais e a diversidade das explicações teóricas. Diversidade e miscigenação no Brasil. A questão dos negros nos estudos de Gilberto Freyre e de Florestan Fernandes.
Resposta esperada
Espera-se que o candidato analise as políticas brasileiras de ação afirmativa, no caso, a política de cotas para negros nas universidades, a partir das teorias de Freyre e de Fernandes (sabendo-se que esses autores não se debruçaram sobre a questão das cotas), comparando-as, dessa forma, aos argumentos favoráveis e desfavoráveis presentes nos textos lidos na questão. Espera-se, além disso, que o candidato seja capaz de mobilizar conceitos, tais como: raça, cor, desigualdade, diversidade, miscigenação e democracia racial.
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14 jan 2013
por sociologado
em Questões UEM
Tags:burguesas, ciência, fernandes, florestan, foracchi, Martins, objeto, questão, questões, revoluções, social, sociologado, sociologia, teste, UEM, vestibular
Questão 15
Leia o texto a seguir:
“A Sociologia não se limita ao estudo das condições de
existência social dos seres humanos. Todavia, essa
constitui a porção mais fascinante ou importante de seu
objeto e aquela que alimentou a própria preocupação de
aplicar o ponto de vista científico à observação e à
explicação dos fenômenos sociais. Ora, ao se falar do
homem, como objeto de indagações específicas do
pensamento, é impossível fixar, com exatidão, onde tais
indagações se iniciam e quais são os seus limites. Podese,
no máximo, dizer que essas indagações começam a
adquirir consistência científica no mundo moderno,
graças à extensão dos princípios e do método da ciência à
investigação das condições de existência social dos seres
humanos. Sob outros aspectos, já se disse que o homem
sempre foi o principal objeto da curiosidade humana.
Atrás do mito da Religião ou da Filosofia sempre se acha
um agente humano, que se preocupa, fundamental e
primariamente, com questões relativas à origem, à vida e
ao destino de seus semelhantes.” (FERNANDES,
Florestan. A herança intelectual da Sociologia. In:
FORACCHI, Marialice e MARTINS, José de Souza.
Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro: Livros Técnicos
e Científicos, 1977, p.11.)
Pode-se concluir do texto que a Sociologia
01) nasce e se desenvolve procurando compreender a
Idade Média. Os sociólogos utilizaram os recursos
explicativos gerados, sobretudo, pelas doutrinas
religiosas para analisar a organização do mundo.
02) empreende uma reflexão sistemática sobre as
transformações sociais em curso nas sociedades em
que a ciência se tornou uma poderosa ferramenta de
compreensão do mundo.
04) define, ao refletir sobre os conflitos estabelecidos nas
relações entre indivíduo e sociedade, que a função
dos sociólogos é encontrar soluções para esses
conflitos.
08) objetiva construir formas de conhecimento científico
sobre a realidade, estabelecendo teorias e
metodologias que gerem compreensão dos
fenômenos sociais.
16) elabora um estudo organizado do comportamento
humano. Logo, podem ser objetos de estudo dessa
ciência, dentre outros: as formas de exclusão social,
os novos arranjos familiares, os processos de
construção da cidadania e o fenômeno da violência
urbana.
resposta: 26
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23 abr 2011
por sociologado
em Questões UEL
Tags:estratificação social, florestan, mudança, negra, negro, poder, política, questão, questões, sociologia, UEL, vestibular
37- Em relação ao processo de formação social no
Brasil, o sociólogo Florestan Fernandes escreveu:
“Lembremo-nos de que da vinda da Família Real, em
1808, da abertura dos portos e da Independência, à
Abolição em 1888, à Proclamação da República e à
“revolução liberal”, em 1930, decorrem 122 anos, um
processo de longa duração, que atesta claramente
como as coisas se passaram. Esse quadro sugere,
desde logo, a resposta à pergunta: a quem beneficia a
mudança social?”
Fonte: FERNANDES, F. As Mudanças Sociais no Brasil. In IANNI,
Octavio (org) Florestan Fernandes: coleção grandes cientistas
sociais. São Paulo: Ática, 1986, p. 155-156.
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre o
tema, em relação à indagação feita pelo autor, é
correto afirmar que a mudança social beneficiou:
a) Fundamentalmente os trabalhadores, uma vez que
as liberdades políticas e as novas formas de
trabalho aumentaram a renda.
b) Os grupos sociais que dispunham de capacidade
econômica e poder político para absorver os
efeitos construtivos das alterações ocorridas na
estrutura social.
c) A elite monárquica, pois ao monopolizar o poder
político impediu que outros grupos sociais
pudessem surgir e ter acesso aos efeitos
construtivos das alterações na estrutura social.
d) Os grupos sociais marginalizados ou excluídos,
pois, em decorrência deste processo, passaram a
fazer parte do processo produtivo.
e) A população negra, uma vez que a alteração na
estrutura da sociedade criou novas oportunidades
de inserção social.
resposta: B
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