Unesp 2015

(Unesp 2015)  A decisão de uma prefeitura nos arredores de Paris de distribuir mochilas escolares azuis para os meninos e rosa para meninas provocou polêmica na França. Nas bolsas distribuídas pela prefeitura de Puteaux, há também um kit para construir robôs, para os meninos, e miçangas para fazer bijuterias, para as meninas. A distinção causou polêmica no momento em que o governo implementa na rede educacional um programa para promover a igualdade entre homens e mulheres e lutar contra os estereótipos.

(“Distribuição de mochilas escolares azuis e rosas causa polêmica na França”. http://www.bbc.co.uk. Adaptado.)

 

A polêmica citada pela reportagem envolve pressupostos sobre a sexualidade que podem ser definidos pela oposição entre fatores

a) comunitários e individuais.

b) metafísicos e empiristas.

c) teológicos e materiais.

d) antropocêntricos e teocêntricos.

e) biológicos e sociais.

 

Resposta: E

UEM 2009 – inverno

Questão 08
Ao refletir sobre a religião como fenômeno social,
assinale o que for correto.
 
01) Formas de religião e vestígios de religiosidade são
encontrados entre todos os povos e culturas. Eles se
manifestam em cultos relativos à vida, à natureza e
aos mortos ou em sistemas de explicação para a
existência humana e do universo.
02) O sagrado não é uma categoria restrita à religião,
podendo manifestar-se em outros fenômenos
simbólicos da vida social.
04) A superioridade do cristianismo sobre outras
expressões religiosas pode ser demonstrada pelo seu
domínio e importância entre os povos do Ocidente.
08) A umbanda não pode ser considerada um sistema
religioso, afinal tal classificação não reconhece como
sagrado cultos miscigenados ou híbridos.
16) Os princípios religiosos do Islã determinam o Oriente
Médio como território sagrado, sendo proibida essa
prática religiosa em outros territórios do globo,
considerados pelos muçulmanos como espaços
profanos e impuros.
 
resposta: 03

UEM 2009 – inverno

Questão 16
Considerando seus conhecimentos sobre a temática
“instituições sociais”, assinale o que for correto.
01) As escolas, as igrejas e as famílias podem ser
consideradas instituições sociais que exercem formas
de coerção sobre os indivíduos. Elas pressionam pelo
cumprimento de valores preestabelecidos.
02) As instituições sociais direcionam as ações dos
indivíduos no sentido de organizarem, disciplinarem
e controlarem suas condutas, mas também são
flexíveis ao ponto de incorporarem as
transformações, mesmo que elas não gerem grandes
rupturas no modelo de sociedade.
04) A escola é uma instituição social regida por normas e
por regras que eliminam os conflitos na adoção dos
projetos pedagógicos norteadores da conduta de seus
profissionais.
08) As religiões podem ser consideradas instituições
sociais que garantem sua permanência por meio dos
rituais: atos repetitivos que rememoram o
acontecimento inicial da história sagrada de
determinada cultura.
16) A família é um tipo de instituição social
essencialmente dinâmica, sendo o tipo familiar mais
expressivo na sociedade brasileira, na atualidade, o
monoparental: quando um dos cônjuges vive com os
filhos na presença ou não de outros parentes na
mesma casa.
 
resposta: 27

UEM 2008 – verão

Questão 06
Sobre o tema da diversidade étnica, as teorias
sociológicas afirmam que, na cultura brasileira,
 
01) o futebol pode ser pensado como símbolo de
nacionalidade que ultrapassa as barreiras existentes
entre diferentes grupos sociais, tornando possível a
um indivíduo como Pelé condensar o que seria o
estilo brasileiro de jogar.
02) o processo de miscigenação pelo qual passou a
sociedade brasileira não teve reflexos em nossa
culinária, tornando a feijoada e a caipirinha,
respectivamente, prato e bebida típicos apenas para
baianos e cariocas.
04) o contato interétnico é um fenômeno que ocorreu
somente no período colonial e foi fundamental para
manutenção dos rituais religiosos de algumas tribos
indígenas.
08) o carnaval possibilita o encontro de diferentes grupos
étnicos e sociais, subvertendo, ainda que
momentaneamente, as hierarquias presentes na
sociedade brasileira.
16) o futebol, a culinária e o carnaval são práticas
culturais que mascaram a existência das
desigualdades socioeconômicas presentes na
sociedade brasileira; por isso, não devem ser tomados
como objeto de estudo pela sociologia.
 
resposta: 09

UEM 2008 – verão

Questão 14
Considerando as abordagens sociológicas sobre a
temática “religião”, assinale o que for correto.
 
01) O Taoísmo, o Xintoísmo, o Hinduísmo e o Budismo
são religiões originárias do Extremo Oriente. O
Candomblé e a Umbanda são seitas que nasceram na
África.
02) O Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo são
religiões chamadas de monoteístas por cultuarem um
único Deus. As três têm origem no Oriente Médio.
04) O ateísmo é uma postura filosófica que consiste na
adoção de explicações para a vida que dispensam
qualquer causalidade divina. Surgiu na Antiguidade
greco-romana e ganhou força no século XVIII, com a
difusão das teorias anarquistas, liberais e socialistas.
08) Podemos encontrar, no Brasil, atualmente, seguidores
do Candomblé e da Umbanda em todas as classes
sociais. Desde o período colonial, os brasileiros
mantêm contato com essas religiões, que passaram
por períodos de maior aceitação e outros de rejeição
social.
16) O Torá, a Bíblia e o Alcorão são, respectivamente, os
livros sagrados dos seguidores do Judaísmo, do
Cristianismo e do Islamismo.
 
resposta: 30

Conservadorismo e fundamentalismos no Congresso Nacional: o AI-5 “Pró-vida”

Nas últimas legislaturas, as forças autoritárias do Congresso, representadas na bancada religiosa conservadora, tentaram reaparecer sob novas formas que lembram as fogueiras da Inquisição. Tal grupo procura, sob o manto de ferramentas democráticas, instaurar e intensificar uma nova onda de perseguição às mulheres.

por Juliano Alessander

Sabe-se que historicamente o autoritarismo, o conservadorismo e o fundamentalismo religioso têm se aliado para perseguir e reprimir movimentos sociais, especialmente quando se trata da luta feminista organizada em prol dos direitos sexuais e reprodutivos no Brasil e na América Latina. É por meio dessa perigosa articulação – intensificada por um sistema político e eleitoral excludente – que tais forças retrógradas atuam no Congresso Nacional brasileiro.

Nas últimas semanas, parlamentares da bancada religiosa apresentaram requerimentos de informações ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Políticas para as Mulheres sobre os recursos disponibilizados “destinados a várias organizações não governamentais, muitas das quais dedicadas à promoção da legalização do aborto e seu reconhecimento como direito”. Apelando para legislações que viriam a beneficiar justamente a luta por transparência e democracia (como a Lei de Acesso à Informação), buscam fazer retroceder direitos consagrados constitucionalmente.

Ao mesmo tempo, circula um requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para “investigar a existência de interesses e financiamentos internacionais para promover a legalização do aborto no Brasil”. Por sua polêmica e complexidade, o tema da ilegalidade do aborto no Brasil merece um debate sério e aprofundado. No entanto, tal não é o objetivo exposto no requerimento de criação da CPI. Segundo esse requerimento, a presença dessas “organizações” financiadas pelo capital estrangeiro para legalizar o aborto no Brasil seria uma “afronta à soberania nacional”, além de crime.

É preciso informar, antes de tudo, que financiar projetos para alterar a legislação que criminaliza o aborto no Brasil não é crime. Nenhuma lei penal brasileira prevê essa aberração. É preciso recordar também que nenhum parlamentar antidireitos das mulheres levantou a “bandeira nacional” quando o Vaticano impôs que o Brasil assinasse um acordo que, desrespeitando os trâmites regimentais para a ratificação de acordos, foi aprovado em tempo recorde, sem debate com a sociedade e sem chance de ser emendado. O acordo Brasil-Vaticano legitimou os privilégios da Igreja Católica no país – especialmente no tocante aos direitos de propriedade e ao ensino religioso nas escolas públicas –, violando o princípio da laicidade do Estado.

Da mesma forma, para conseguirem informações do governo federal sobre as “temidas” organizações e sobre projetos que pretendem “legalizar o aborto no Brasil”, apelaram para a Lei de Acesso à Informação, com o objetivo de investigar com poder de polícia que tipo de apoio organizações feministas estão recebendo para lutar contra a criminalização do aborto. Assim, tal CPI tem intuito policialesco, invasivo e discriminatório contra as mulheres e as organizações que defendem a legalização do aborto no país, representando um verdadeiro atentado aos direitos humanos e à democracia.

Essa nova iniciativa dos grupos conservadores segue na contramão da luta por alterações na legislação e pela conquista de direitos. Sabe-se que o Código Penal inicialmente não deveria servir para controlar a população. Sua origem está, justamente, nas tentativas de controlar o poder punitivo do Estado, que já sentenciou centenas de milhares sem mesmo um inquérito penal. Nesse sentido, a máscara conservadora cai por terra. Ela pretende impedir que mulheres se organizem para lutar contra uma legislação conservadora, que lhes impõe uma jornada medieval no tribunal do júri e muitas vezes as leva à morte. Querem investigar o movimento de mulheres com poder de repressão. É o AI-5 “pró-vida”.

Uma luta democrática

Lutar por mudanças na legislação não pode ser crime. O debate político sobre um crime não pode ser jogado nos artigos de delitos penais, sob pena de se instaurar um novo regime ditatorial. A luta pela alteração de legislações retrógadas faz parte do próprio desenvolvimento do sistema democrático. Se assim não fosse, não haveria necessidade do parlamento. E Estado sem parlamento é típico de regimes autoritários, de forma que a luta pela legalização do aborto é uma luta, acima de tudo, democrática. Nesse sentido, está longe de ser fundamento para a criação e instalação de uma CPI.

Na contramão da luta por direitos, a própria bancada religiosa conservadora tem apresentado inúmeras proposições legislativas que visam retroceder ainda mais a legislação. Desde a Constituinte, contabilizamos mais de cem propostas que visam limitar o acesso a métodos contraceptivos, transformar a interrupção da gravidez em crime hediondo, aumentar a punição às mulheres que recorrerem ao aborto, colocando em risco a saúde de milhares delas por todo o país. Isso revela, mais uma vez, a falácia dos argumentos expostos no requerimento para a instalação de uma nova CPI do aborto.

Essa é apenas uma parte da ideologia conservadora atuante no Congresso. Seus representantes estão insatisfeitos com o devido processo legal, o duplo grau de jurisdição, o contraditório, o Estado laico e a luta pela liberdade das mulheres. Rejeitam, na verdade, a própria democracia.

Juliano Alessander

Advogado e consultor do Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria); e Kauara Rodriguesé cientista política e assessora técnica do Cfemea

05 de Novembro de 2012

http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1304

UEM 2008 – inverno

06 – A sociologia comporta diferentes explicações sobre
os fenômenos sociais. Assinale a(s) alternativa(s)
cujas afirmações correspondem somente a
explicações sociológicas sobre o fenômeno da
religiosidade.
 
01) As religiões podem ser compreendidas como
instrumentos de regulação e de controle das
atividades dos membros da sociedade. Desse
modo, elas são dotadas de força coercitiva.
02) Os sistemas religiosos exercem uma função
importante no processo de socialização, ou seja,
na assimilação pelos indivíduos dos valores e
das normas que regem sua sociedade.
04) O fenômeno religioso não pode ser considerado
um fenômeno cultural, já que possui leis muito
próprias de funcionamento.
08) De acordo com algumas teorias, as religiões
expressam visões ideológicas sobre a vida em
sociedade que são fundamentais para a
dominação de uma classe social sobre a outra.
16) As práticas religiosas não se constituem tema de
investigação sociológica, já que dizem respeito
a escolhas e a experiências particulares. Ou seja,
elas se definem como um fenômeno individual.
 
resposta: 11

UEM 2008 – inverno

20 – “Chamamos de secularização ou laicização do
pensamento o cuidado em se desligar das
justificativas baseadas na religião, que exigem
adesão pela crença, para só aceitar as verdades
resultantes da investigação racional mediante
argumentação” (ARANHA, M. L. e MARTINS, M.
H. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 2004,
p. 106). Para muitos sociólogos, uma das
características básicas do mundo contemporâneo é a
ampliação do processo de secularização a todos os
domínios da vida social. A esse respeito, assinale o
que for correto.
 
01) O declínio acentuado das atividades religiosas
no Brasil contemporâneo, expresso pela redução
do número de fiéis nos vários grupos cristãos,
mostra que este país está vivendo intensamente
o processo de secularização.
02) O desenvolvimento industrial, o avanço das
instituições e dos conhecimentos técnicos e
científicos, as mudanças ocorridas nas
sociedades agrárias tradicionais foram alguns
dos fatores que levaram os sociólogos a
elaborarem o conceito de secularização.
04) Entre as características do processo de
secularização, está a tendência das religiões de
procurarem adaptar suas doutrinas ao mundo
moderno, assimilando integralmente os avanços
do conhecimento científico.
08) O declínio da influência política e da autoridade
intelectual da Igreja Católica na Europa dos
tempos contemporâneos bem como o
fortalecimento das idéias de cidadania e
liberdade de expressão foram fatores que
permitiram o desenvolvimento do processo de
secularização.
16) A perseguição das práticas religiosas em alguns
Estados contemporâneos mostra que o processo
de secularização não impediu a intolerância e a
discriminação.
 
resposta: 26

Clássicos da Sociologia UNIVESP – Max Weber

Clássicos da Sociologia: Max Weber

Apresentação do pensamento de Max Weber, em termos de ação social, individuais com intenções em relação a outros. Entrevistas com os professores Gabriel Cohn e Flávio Pierucci.

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